Aloha ilustre! O post de hoje é sobre verdades que todo ilustrador iniciante ou aspirante a ilustração vai precisar entender em algum momento da vida (quanto mais cedo, melhor). Então vamos para as 5 coisas que você DEVE saber para trabalhar com ilustração e dicas práticas pra você se sentir inspirado a botar a mão na massa!
1 – Desenhar por diversão é diferente de desenhar a trabalho;
O choque acontece quando você passa do desenho de um Batman mucho-loco para uma ilustração para um cliente. Sim, você terá um briefing pra seguir, prazos, verba. Pode ser que tenham 142 pessoas para aprovar o projeto. E você terá que equilibrar o seu “eu artista” com o seu “eu comercial”, principalmente se resolver ser independente. Como lidar?
Dica mão-na-massa: Saia um pouco dos grupos de desenho do Facebook e vá atrás de jobs reais. Não tem escola melhor que o mercado. Desenhar é a essência da sua carreira e você tem que treinar todo dia, mas vender seu peixe é fundamental. Não sabe por onde começar?
Leia cada linha do basicão e ótimo Guia do Ilustrador, os artigos do Business of Illustration ou ainda pra quem curte um livro, o Graphic Artist’s Guild Handbook of Pricing and Ethical Guidelines, que tem um conteúdo legal pra quem quer se aventurar na gringa. Ah, e por falar em grupos de Facebook, entre naqueles que possam precisar de ilustração: designers, publicitários, escritores. Afinal, tem mais chances de você conseguir trabalho com pessoas que não saibam o mesmo que você!
2 – A timidez, essa bandida!
Timidez pode ser um charme, mas no trabalho é um baita tiro no pé. E eu sei que 9 entre 10 ilustradores preferem virar noites a fio trabalhando do que enfrentar um cliente, por exemplo. Você não precisa mudar sua personalidade, mas precisa enxergar quando alguma coisa está atrapalhando sua evolução.
Dica mão-na-massa: Se coloque em situações constrangedoras. ‘Clau, você bebeu Toddynho depois da meia noite?’Não. Acredite, se você se colocar em situações desconfortáveis com frequência, vai ter uma hora que a vergonha vai desaparecer ou você vai se acostumar com ela.
É muito fácil ilustrador virar um ermitão. Tá na hora de você publicar suas ilustras e botar a boca no trombone (expressão muito usada no auge da minha adolescência). Tá na hora de você ligar para aquela agência dos sonhos e marcar uma hora pra mostrar o seu trabalho e seu portfólio. E-mail não dá medo e o que dá medo é normalmente o que vale a pena.
3 – Você precisa consumir conteúdos diferentes!
Eu sei, quando a gente gosta de alguma coisa, só dá vontade de consumir isso. É revista, livro, blog de ilustração. Mas não esqueça que a inspiração está lá fora: na pessoa tomando um café na sua frente e até num arbusto ignorado.
Dica-mão-na-massa: saia de casa, do seu office, da frente do Netflix, pegue seu sketchbook e vá rabiscar. Vá no cinema, teatro. Vá numa exposição que você não entenda lhufas. Engane um Facebook da vida e procure por grupos de biologia, de ficção científica. Precisamos ter repertório.
4 – Quando a persistência vira obsessão;
Eu sempre brinco que ilustrador é um bicho obsessivo. A gente fica horas tentando desenhar uma mão. Esquecemos de nos alimentar e beber água, nem se fale. Tomara que minha mãe não leia isso. Ilustrador tem que se esforçar, desenhar todo dia sim. Mas a plaquinha de warning aparece quando a sua persistência se torna obsessão e sua saúde começa a perigar. Ninguém quer contratar um ilustrador ranhento.
Dica mão-na-massa: normalmente a gente perde o controle quando fica mais inseguro. Pergunte pra você mesmo: estou dando o meu melhor? Você tá mirando no seu objetivo? Se sim, largue um pouco o lápis e vá comer um pizza que coisas boas vão rolar.
5 – Nunca subestime os clássicos!
É engraçado como tem gente que se acha descolada demais pra estudar conceitos básicos de desenho ou movimentos artísticos. Não seja um mala, humildade pra aprender é necessário para um ilustrador (independente do seu estágio).
Dica mão-na-massa: tem dois livros que eu sempre indico pra quem quer (re)visitar o básico sem medo de ser feliz: um é o classicão Tudo Sobre Arte, do Stephen Farthing e o outro é Desenho, da Sarah Simblet.
Bom, espero que essa lista e as dicas práticas tenham sido úteis, nem que seja pra você dar umas risadas.
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Esse post foi escrito para o Follow the Colours, onde sou colunista!
7 comments
Clau, boa noite. Eu tenho uma dúvida, como posso ter noção se estou pronto para o mercado de trabalho (me refiro à qualidade dos meus desenhos) ou se ainda preciso percorrer um longo caminho de aprendizado ainda?
Tem uma coisa que sempre digo Pedro: não tem melhor escola que o mercado. Lá é que vc vai aprender com outros profissionais, com os clientes e começar a entender como a roda gira. De fato, o aprendizado acontecerá sempre – não só no começo da carreira. Então, prepara um portfólio e vai com tudo. A gente sempre tem que começar de algum lugar e eu não vejo melhor hora que agora :***
Valeu, Clau 🙂
Yo Clau, tudo joia? Estou acompanhando seu blog há uma semana, e me apaixonando a cada post. s2
Fiquei em dúvida, nos itens 3 e 4 a dica mão-na-massa é a mesma? Não que não seja aplicável pros dois casos, mas achei que a dica 4 seria algo mais como “vá dar um rolê com os amigos, levar o totó pra passear, cantar no karaokê, aparar a barba, pular corda ou comer uma salada”. Pra mim ficou mais com cara de saúde e social.
Adorei o post 8D
Rá, que olhos de lince! Fui dar uma conferida no post e realmente repetiu, oxxii! Vou arrumar isso agoora! bjão procê e obrigada pelo carinho :*
Clau, Boa noite! Sou cartunista há 13 anos, porem… percebi que esta fraco a área, na minha lista de clientes enfraqueceu conforme os anos, e isso veio me desmotivando muito! como você faz para se motivar e procurar por novos clientes neste mercado tão promissor?
Curti muito seu trabalho, esta de parabéns!
Diego querido <3 Quando a gente percebe que o mercado está mudando, temos que nos forçar a evoluir com ele. Tenho certeza que se vc entender o real motivo do sumiço dos clientes, vai conseguir dar um olé nisso tudo e conseguir mais jobs. Eu entendo que a motivação é bem particular pra cada um, mas acredito que a vontade de querer aprender sempre e não ter vergonha de botar a cara a tapa são essenciais. Fale com os seus clientes, entenda o que mudou com o tempo e corra atrás. Ah e se tem uma coisa que aprendi: a gente não precisa ficar procurando novos clientes o tempo todo, mas criar laços com aqueles que já trabalharam com a gente. Pense nisso e força na peruca! bjss