UMA COLEÇÃO A LÁPIS • A PENCIL COLLECTION

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English bellow!

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Fazia um tempo que eu queria fazer uma coleção a lápis. Voltar as raízes, sem me importar com aquela imagem de ilustradora vetorial que construí durante esses anos. O tema escolhido com certeza seria místico, algo que pra mim é tão precioso. Na verdade essa experiência nasceu de um presente que dei para o meu marido: um dragão desenhado a lápis, criatura que ele adora e que tem tatuada nas costas. Ele amou, e cá entre nós eu não esperava uma recepção tão boa, já que ele como oriental é bem riogoroso com a representação da sua cultura. Mas me deu carta branca: faça mais bichos, será muito louco! E escolhi aqueles que tive mais conexão: Fênix, Carpas e os Foo-Dogs.

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– Mas será só a lápis mesmo? Você não vai finalizar então?! A Claudia de ontem me questionava. – Mas e se isso for algo que só você ache bacana? E se as pessoas não entenderem? E se isso afetar a coerência do meu trabalho? Mandei tudo isso as favas, porque esses pensamentos sempre surgem na cabeça de ilustradores. Principalmente para aqueles que como eu, começaram a trabalhar com clientes desde muito cedo. Não sei bem se com os anos a gente fica mais atento a esse tipo de coisa ou se importa bem menos com picuinhas internas e externas, mas eu sinto que a vida tem me ensinado a levar as coisas de um jeito diferente. 

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A intenção dessa coleção vai de encontro com a visão wabi-sabi, que em resumo é a aceitação da transitoriedade, da imperfeição. O resultado final seria na verdade o que pra mim é o começo, o lugar onde rabisco, faço as primeiras tentativas despreocupadas, porque qualquer coisa eu “arrumo” depois. Afinal, a gente tem que cobrir os erros ao máximo, ué. Então a graça dessa proposta é que você vai ver as minhas tentativas, os erros. E se prestar bem atenção, vai até conseguir sentir a minha mão cansada de ter desenhado o dia todo e que ficou meio trêmula em alguns detalhes. Vai ver minha dificuldade de fazer círculos. Inclusive desconstruí minha assinatura, já que estamos aí exercitando o desapego.

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Entender que há beleza num traço que não é tão certo, mas que é verdadeiro pra mim, é um grande passo e eu vejo que isso tem muito significado pra vida como um todo. Que essa coleção seja um lembrete pra que a gente seja mais leve e que aceite os caminhos que podem parecer errados, mas que sempre tem sua beleza.

Pra conferir o projeto completo, inclusive com timelapse, só pular aqui!

Beijos,

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I wanted to make a collection in pencil for a while. Going back to the roots, no matter what image of vector illustrator I built during those years. The subject chosen for sure would be mystical, something that is so precious to me. In fact, this project began after I gave a gift to my husband: a dragon drawn in pencil, a creature he loves and has a tattoo on his back. He loved it, and let be honest with you, I did not expect this since he’s Japanese and very strict with the representation of his culture. But he even told me: make more creatures, it will be awesome! And I chose the ones I had the most connection with: Phoenix, Koi and Foo-Dogs. 

“But will it just be in pencil?” Are you going to finish them?! Claudia from yesterday questioned me. “But what if this is something that only you think is cool?” What if people do not understand? What if this affects the coherence of my work? Oh, dear Claudia, I couldn’t care less! Because these thoughts always appear in the head of illustrators. Especially for those who like me, have started working with clients since the beginning. I’m not sure if over the years we are more aware of this kind of thing or care less about this kind of fears, but I feel that life has taught me to take things differently. 

The intention of this collection matches with the wabi-sabi vision, which in short is the acceptance of transience, of imperfection. The final result would be what for me is the beginning, the place where I sketch, where I make the first spontaneous attempts because anything can be fixed later. After all, we have to cover our mistakes to the max, huh. So the thing about this proposal is that you will see my attempts, the mistakes. And if you pay attention, you can even feel my tired hand drawing all day and that’s why it was kind of shaky in some details. You will see my difficulty drawing circles. I even deconstructed my signature, since we are exercising the detachment.

To understand that there is beauty in a road that is not so certain, but that is true for me, is a big step and I see that it has a lot of meaning for life as a whole. May this collection be a reminder for us to be lighter and accept the ways that may seem wrong, but that always has its beauty.

To check the complete project, including timelapse, click here!

Kisses

 

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