Eu sou o que chamam por aí de vector lover. Ou seja, a maluca por vetor, que nada mais é do que uma ilustração formada por pontos matemáticos, que na prática permitem que você aumente e diminua seu desenho sem perder qualidade – em programas como o Illustrator, da Adobe. Mas no decorrer da minha vida trabalhando com ilustração ou simplesmente praticando, tive contato com algumas outras técnicas de desenho. E muita gente já veio me perguntar se deve testar outras formas de ilustrar, se isso vai fazer com que se perca o estilo próprio ou que até mesmo descobrir uma forma de ser mais comercial. Nesse último quesito há muitas controvérsias, mas sim, existe essa coisa da ilustração ter uma estilo mais comercial, que cai nas graças de determinados nichos e viram tendências. Eu já conversei com muitos editores de arte que montam livros, principalmente os didáticos e paradidáticos que buscam por artistas vetoriais, pela flexibilidade e principalmente pela rapidez nas entregas. Assim como editoras e agentes que não aceitam técnica digital, principalmente vetor.
Mas a questão aqui é te falar que se aventurar em experiências com diferentes técnicas de desenho e estilos é uma forma de evoluir como ilustrador. E uma das dicas que dou é começar a fazer isso agora (não amanhã ou pra depois) e reservar um cofrinho só para compra de materiais diferentes. Eu admito, tenho problemas seríssimos em usar canetas e lápis que sei que são ótimos. Na minha primeira viagem para a terra do Obama (e oremos, será em breve a de Hillary). a.k.a Estados Unidos, que fiz há uns 4 anos, me joguei na loja de artes Sam Flax e comprei os mais diferentes tipos de acessórios, coisas que não tem por aqui. Ainda tenho muitos deles, só porque fico com dó de usar. Não faz sentido, então não faça como eu. Temos que usar tudo sim, deixar lápis cotocos e canetas secas de tanto uso. E sair daquele lugar confortável que muitas vezes estamos há tempos e isso não significa perca de identidade, mas uma vontade de explorar as infinitas possibilidades de deixar o seu trabalho melhor.
Essa ilustração da Frida Kahlo foi pura experimentação de duas técnicas. Colagem e vetor, ninguém diria que daria samba e sem dúvida, essa é uma das minhas ilustras mais populares, publicada em lugares mucho bacanas. Mas aí é que tá: na época eu não tive nenhuma preocupação de fazer uma ilustração comercial ou que agradasse aos outros, o intuito era o experimento e a inspiração no livro Segredos de Frida Kahlo, que tinha lido recentemente. Assim como a experimentação que fiz numa aula de Tipografia, pra criar minha versão de Alice, que está no topo desse post.