SAINDO DA TOCA: DESENHANDO NO MUSEU DE ARTE DE ONTÁRIO

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Hoje estamos cultos, transgressores, reflexivos. Esse post é pra quem reclama que está com bloqueio criativo, que não consegue destravar a munheca, que se sente incapaz de desenhar fora de casa. Então dá a mãozinha aqui, que eu vou te levar comigo pra ver como dá pra tirar muita inspiração do mundão que está lá fora e como isso pode te dar combustível para os jobs do dia a dia e também para os seus projetos pessoais 😉 Você não precisa levar um arsenal imenso: uns dois lápis, borracha, um sketchbook de capa dura e sua cabeça bem aberta e relaxada. Se quiser, finalize em casa, mas a ideia aqui é tentar fazer o máximo que der fora de casa!

E nesse primeiro vídeo da série Saindo da Toca, vamos visitar o Museu de Arte de Ontário e desenhar como le gusta, ilustríssimos. Afinal, não é todo dia que você desenha junto com Rembrandt, então vamos aproveitar a oportunidade?! Vamos. Mas lógico que eu não conseguiria só desenhar de boas. Também atrapalhei um grupo de visitantes e fiz vergonheira em público quando vi meu quadro preferido de Andy Warhol. Achegue-se:

E aqui você confere os rafes do dia:

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Poderia ser o Matthew Mcconaughey, mas era o quadro Astronomy, de Luca Giordano. Sem dúvida o meu preferido do dia. Gosto bastante da forma que as maçãs do rosto ficam bem em evidência e fiz questão de marcar essa característica. Por isso que o importante aqui não é copiar, mas o exercício de entender como traduzir a essência, as características do personagem no meu traço – ver o que é relevante. Aqui também existe uma expressão muito complexa: ele é sombrio, triste, misterioso, intelectual. Taí um quadro pra rabiscar mais vezes.
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Obra de Fran Hals, que me lembrou uma vibe de Os Três Mosqueteiros e é uma boa inspiração para bigodes/barbas/barbichas diferentonas. Também gosto muito da espontaneidade do movimento dele: como se alguém estivesse conversando com ele do outro lado da sala, falando de coisas da vida. O olhar está atento e o corpo bem relaxado, quase uma coisa Caetano Veloso.
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Um Rembrandt. Sempre gostei dele desde a época da escola, nas aulas de Educação Artística. De praxe, eu sempre procuro dar um toque de bom humor nos retratos e aqui não foi diferente. Gosto da serenidade da expressão dela e das proporções: olhos grandes e a boca pequena com um leve sorriso. Uma coisa bem legal de notar aqui: o nariz grande dela. Normalmente criamos personagens femininos com narizinhos minúsculos, sabe-se lá Deus porquê. Que tal criar uma mulher com narigão, pra variar um pouco? Ah, e fiquei com muito medo desse cachorro e decidi não desenhar.
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Infelizmente esqueci de pegar o nome do autor dessa escultura, mas aqui o ambiente estava realmente escuro pra desenhar e eu que já sou meio cegueta, mesmo com óculos foi mais difícil. Aqui a ideia é simplificar as formas: o cabelo crespo serve como um tipo de moldura para o rosto e o desenho lembra uma taça. Começar com a forma básica e depois ir preenchendo com os detalhes, essa é a estratégia!

Espero do fundo do meu core que vc se sinta instigado a sair de casa com o seu sketchbook (eu falo como escolher um aqui) e desenhar sem medo de ser feliz. Combinado?

E se quiser saber mais sobre como estudar referências na ilustração, no meu curso tem um episódio todinho falando disso! Clique aqui pra saber mais 🙂

Beijos e brigadeiros

Clau Souza

Ilustradora há 10 anos e está a frente do Estúdio, Lojinha e Cursos Criativos da Borogodó. Durante a sua caminhada pela estrada de tijolos amarelos da ilustração já teve a felicidade de estar em grandes publicações da área, como Lürzer's Archive, Zupi e Computer Arts. Desconfia seriamente de pessoas que não gostam de cores e tem pavor de palhaços (mas já teve que desenhar alguns).

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7 comments

  1. Post mara Clau. Amei demais ver seus sketches e como você transpõe a essência para o seu estilo. Lindo lindo. Fique a vonts quando quiser cruzar o oceano e vir rabiscar em Dublin. Beijinhos

  2. Os comentários do vídeo são ótimos.
    Já fiz isso uma vez aqui em Floripa, no CIC e na Rua Felippe Schimidt.

    Obs: mãos sempre complicadas

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