CORAÇÃO AGRADECIDO

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Queridos clientes, freguesia, revendedores e alunos,

Eu queria ter feito um cartão lindo para vocês com uma frase que desejasse um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo com uma ilustração de um Papai Noel rechoncudo e cheio de graça. Mas esse teria sido só mais um cartão, que não representaria o que quero dizer pra vocês.

Em tempos de internet, fica difícil saber quem é o ser humano por trás da tela e por mais que eu trabalhe com desenho, o contato que tenho com muitos de vocês é cibernético e outros tantos que eu nunca nem cheguei a prosear por email. Quase caí da cadeira hoje, quando fui ver que 20mil pessoas sabem da existência do meu trabalho. Caso você não saiba, algumas coisas vem de fábrica em nós ilustradores e uma delas é a mongolice com números. Números neste caso não significam muita coisa mesmo e redes sociais são um profundo mistério pra mim, que sempre fui meio tardia quando se trata desses paranauês tecnológicos.

Mas a questão que me fez pensar nessa dimensão é quando parei pra ver todas as mensagens que recebi este ano e a quantidade de projetos que me envolvi. Nunca tive que fechar as porteiras do Estúdio pelo volume de trabalho. Nunca recebi tantos emails que vão desde convites para projetos muito especiais até relatos aflitos e existenciais de pessoas que estão na jornada da ilustração e precisam de uma ajuda-amiga. Isso significa tanta coisa, que não dá nem pra desenhar.

Respirei fundo e aquele liquidificador de sentimentos típicos de dezembro começou a dar um alô: felicidade por ter conseguido tanta força e dado conta do recado, uma certa frustração por pensar que não consegui escrever tanto quanto eu queria, responder todos as mensagens – meu Deus, deixei pessoas no vácuo! Uma exaustão inacreditável, tanto que meu corpo sucumbiu nesse final de ano e me falou: ô amiga, tu acha que é de ferro, só quero avisar que não é! Nostalgia, fome, e ah, também tem a ansiedade pelo ano que está por vir. O que será que será, Chico?! Que ano, meus amigos…que ano!

Esse 2016 foi imbatível, nas conquistas e também na dureza. Meu trabalho teve muito reconhecimento, mas levei porrada de todo canto da vida. Mudar de país foi uma delas e me virar numa língua que ainda não domino só me fez confirmar que escolhi a profissão certa. Um coração desenhado é reconhecido nos quatro cantos do mundo. Isso não é mágico? E pra confirmar ainda mais tudo isso vocês estavam ali pra eu não deixar a peteca cair. Mal sabiam que até nos emails mais objetivos e formais estavam fazendo toda a diferença pra roda continuar girando, pra eu poder fazer o dia todo (e muitas vezes a noite tb) o que mais gosto de fazer nessa vida. E eu espero que vc saiba o quanto é importante, uma poeirinha – mas uma poerinha danada de brilhante e que faz toda a diferença no universo.

Então notei que tenho uma lista de gente querida que me acompanhou este ano e nada mais justo do que falar com cada um que passou por aqui, certo?

Aos meus queridos ilustríssimos alunos. Acredite mais na dedicação, do que no talento. Pra você enxergar evolução, tem que praticar todos santo dia, mesmo que tudo o que vc queira fazer é assistir uma maratona da sua série favorita. Vez ou outra chega a dar uma bolha no dedo e se você persistir acaba virando um calo, que vai te lembrar que agora nem dói tanto assim. E é só usar um bandaid divertido, que tá tudo certo. Obrigada por me fazerem aprender tanto.

Aos fregueses da Lojinha. Vocês mal sabem o quanto me emocionei com suas fotos e histórias e o quanto me senti honrada em desenhar seus queridos. Para os que queriam fazer surpresas, fui parceira de crime. Para os que queriam mostrar o tamanho do seu amor, fui a interlocutora. Vocês foram inesquecíveis, obrigada.

Aos meus queridos clientes do Estúdio. Eu acredito que a gente não se esbarra à toa nessa vida. E muitos de vocês eu conheci este ano e já aprendi tanto e essa é a graça de trabalhar junto. Quantos projetos incríveis participei e como foi bom ver vocês envolvidos e dedicados pra que tudo saísse lindamente. Espero que tenham se divertido, porque ilustração também é isso. Aos que estão comigo há alguns anos, obrigada por continuarem me fazendo viver o sonho.

Aos meus revendendores, que mal conheço mas que já considero tanto! Queridos, vocês fazem parte do grupo seleto de pessoas que espalham alegria e fé pelo mundo (mesmo em momentos onde a economia/política faz com fiquemos temerosos). Obrigada por acreditarem nisso também.

Queria dar um chêro, um abraço apertado em todo mundo, um chocolate, olhar no olho e dizer obrigada – mas tentei dar um jeito com essas fotos que ilustram esse post. Juro que a ideia inicial era bater uma foto séria, digna de um disco Perfil – mas não seria o meu jeito de te dizer obrigada.

Dias atrás eu li um texto ótimo da Isa Ribeiro que falava que “dezembro são muitas vidas em um mês”. Tanta verdade que chega a dar um nó na garganta. Um misto de felicidade, exaustão, tristeza, nostalgia e…coração agradecido, principalmente.

Obrigada meus queridos e que venha 2017 <3

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5 DICAS DE COMO USAR O BEHANCE PARA ACHAR O ILUSTRADOR IDEAL PARA O SEU PROJETO

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Se você me perguntar qual é a principal ferramenta de promoção do meu trabalho como ilustradora, eu vou te dizer com unanimidade que é o Behance. E não, eles não estão me pagando para falar isso. É nessa rede que os criativos expõem seus projetos, trocam figurinhas, buscam inspiração e o mais bacana de tudo, conseguem trabalhos.

Muita gente sabe o quanto o Behance é eficiente para nós, ilustradores, fotógrafos, designers (inclusive eu postei dicas-amigas sobre isso lá no meu blog). Mas o que pouca gente fala é do quanto é importante o cliente saber do que o Mr. Behance é capaz! E eu estou aqui pra gente ver que dá para encontrar o criativo ideal para o seu projeto de um jeito mais eficiente! 😉

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SAINDO DA TOCA: DESENHANDO NO MUSEU DE ARTE DE ONTÁRIO

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Hoje estamos cultos, transgressores, reflexivos. Esse post é pra quem reclama que está com bloqueio criativo, que não consegue destravar a munheca, que se sente incapaz de desenhar fora de casa. Então dá a mãozinha aqui, que eu vou te levar comigo pra ver como dá pra tirar muita inspiração do mundão que está lá fora e como isso pode te dar combustível para os jobs do dia a dia e também para os seus projetos pessoais 😉 Você não precisa levar um arsenal imenso: uns dois lápis, borracha, um sketchbook de capa dura e sua cabeça bem aberta e relaxada. Se quiser, finalize em casa, mas a ideia aqui é tentar fazer o máximo que der fora de casa!

E nesse primeiro vídeo da série Saindo da Toca, vamos visitar o Museu de Arte de Ontário e desenhar como le gusta, ilustríssimos. Afinal, não é todo dia que você desenha junto com Rembrandt, então vamos aproveitar a oportunidade?! Vamos. Mas lógico que eu não conseguiria só desenhar de boas. Também atrapalhei um grupo de visitantes e fiz vergonheira em público quando vi meu quadro preferido de Andy Warhol. Achegue-se:

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SABE DE NADA, INOCENTE

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Nessa semana, em meio a jobs, lápis para serem apontados e um cronograma louco eu me vi sendo colocada bem no meu lugar. Logo ali, onde todo mundo está. Desde que me mudei pro Canadá tudo tem sido na vibe dos dois lados da moeda: aqui não funciona assim/é assado, isso é bem estranho/olha que legal, preciso visitar aquele lugar/não dá tempo, será lindo/que medo, to fera no inglês/o que ele disse? Essas coisas. E no meio disso a pessoa aqui está em total imersão para saber qual é a real de ser um ilustrador no Brasil e em terras gringas. Porque afinal, eu toda pimpona trabalho há 10 anos com isso e aqui não deve ser muito diferente, certo? Então…Revendo algumas coisas aqui e ali, de repente notei algo que pode ser assustador: eu precisava começar do zero.

Eis que me vi numa piscina imensa de bolinhas e estou descobrindo algumas coisas que nunca nem passaram pela minha cabeça. Bate aquele sentimento de que você hibernou por 3 invernos seguidos, mas não lembra nem de ter tirado um cochilo, muito menos de ter reserva de comida. Livros como o Handbook Pricing & Ethical que deveria ser lido mesmo que você nunca nem pense em ter um cliente fora das terras tupiniquins, podcasts voltados para ilustradores (feito, inclusive por um) como o Creative Pep Talk e descobertas como a fofinha da Kendyll Hillegas, com um canal pra lá de querido que explica dúvidas que torturam e que já me perguntaram tantas vezes tb…pelo-amordedeus-como-escanear-minha-aquarela?

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COMO SER MAIS LEGAL NO BEHANCE (E DE QUEBRA ATRAIR PROJETOS)

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Eu dei risada aqui com o primeiro título que pensei para este post: como o Behance mudou minha vida. Porque se for substituir a palavra Behance por Ioga, Você, Veganismo também dá samba, de um jeito meio cafona, mas dá. Bom, sempre fui péssima em títulos, desde a época da escola e aí penso que tem coisas que não mudam mesmo. Enfim, tirando a minha abstração com o título, eu resolvi falar sobre como o Behance já me ajudou nessa vida de ilustração e te dar dicas-golden-plus que aprendi na prática. Não carrego milhões de seguidores e curtidas, mas o Behance sempre atraiu projetos. E não é pra isso que estamos aqui?! 

Se tem um jeito de você ganhar visibilidade nessa rede é através da Curadoria do Behance (Curated Galleries). Diariamente a equipe da rede escolhe os melhores trabalhos e quando o seu projeto é selecionado você vai se sentir feliz porque estará numa galeria VIP e o seu projeto ganhará uma singela tag, tipo uma estrela no seu caderno de artes. Essa galeria estará lá para os visitantes, pessoas maravilhosas que estão procurando profissionais também maravilhosos. Tá Clau, mas como faz pra entrar nessa parada de sucesso e divulgar meu portfólio? Na verdade tem N fatores que são avaliados: qualidade, originalidade, interação, imagens em alta e o cuidado em apresentar o trabalho. Desconfio que existem alguns outros motivos que ninguém comenta, mas eis o que descobri como usar o Behance e o que realmente funciona e deve ser levado em consideração por você, ilustríssimo.

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VERDADES E MENTIRAS SOBRE VENDER PRODUTOS COM SUAS ILUSTRAÇÕES (PARTE 2)

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Há algumas semanas eu escrevi um post falando sobre algumas coisas que aprendemos aqui no Estúdio tendo uma Lojinha online e vocês, rosquinhas lindas do meu core, curtiram muito e pediram bis. O legal desse espaço é botar em discussão algumas coisas que ouvimos falar por aí e avaliar se na prática dá certo, sem firulas, listas marketeiras ou depoimentos aleatórios. E uma coisa essencial e que tem praticamente base num pensamento científico (rá): experimentar. Com certeza aprendemos com os erros dos outros, mas isso não quer dizer exatamente que dará errado com você 😀 Então, fica à vontade pra provar o contrário e se joga.

VERDADE: VOCÊ VAI PRECISAR CONHECER SEUS FORNECEDORES.

Indo na lógica de que você não optou por uma plataforma que faz a parte da produção, conhecer bem os fornecedores será um dos pontos mais importantes para sua lojinha. Ter gente que você confia, tanto em relação a qualidade como prazos, é essencial pra tocar sua Loja sem dor de cabeça! Acredite, nada nessa vida é realizada sem um coletivo, portanto mesmo que somente você abra uma loja, outras pessoas farão parte disso.

Fora que é uma delícia entender melhor os processos! Designers de plantão concordarão comigo, né?! Além de você poder avaliar de perto a qualidade do trabalho do fornecedor, ter esse contato direto é também uma forma de conhecer outras possibilidades de processos e se aventurar em diferentes superfícies. Por isso, vá visitar seu fornecedor e acompanhe as primeiras produções de perto! Além do fato de que você começa a pegar algumas manhas de como chegar em tons específicos e manjar de uma parte mais técnica da ilustração. Afinal, de nada adianta uma ilustração linda no computador, se no produto final ficar um cocô. Num dá.

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UMA ILUSTRADORA NO CANADÁ PARTE 1: UM PLANO SEM PLANO E AS MALAS

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Quem me conhece sabe o quanto o planejamento é uma etapa fundamental no meu processo criativo. Chegou a beirar a neurose. E eu vivo falando disso no Curso de Ilustração, sempre indico porque é o que funciona pra mim. Bom, eis que há dois anos, eu e meu marido decidimos que nos mudaríamos para o Canadá e que viveríamos o sonho torontense. E nos planejamos muito, no mais profundo segredo e arcando com as consequências de furar saídas com amigos e ficar dois anos sem tirar férias, trabalhando feito loucos para juntar o máximo de moedinhas. Bom, mas o que interessa aqui é o quanto esse tipo de escolha e mudança de rumos da vida, afetará mi vida di ilustradora.

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